Mostrando postagens com marcador CRÍTICA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador CRÍTICA. Mostrar todas as postagens

Crítica | Deadpool 2

Mercenário Tagarela retorna ainda mais polêmico e atrevido

Aviso: Essa matéria contém SPOILERS do filme, portanto, a responsabilidade de seguir em frente é sua. 


Sequência não brilha no roteiro, mas compensa com humor escrachado  

Deadpool deixou sua marca nas telonas sendo um dos anti-heróis mais queridos pelos espectadores, já que expectativa para a sua sequência era grande. Essa marca é fruto de um trabalho que apesar do baixo orçamento, tinha como conceito criar uma figura apostando em metalinguagem e no humor ácido do personagem. O resultado disso é uma bilheteria de US$ 783 milhões já no primeiro filme, algo inesperado. Destaque também para o carisma de Ryan Reynolds, que teve uma certa influência nesse sucesso.

Agora, com um orçamento maior e com o "desafio" de lançar um filme semanas após Guerra Infinita, a Fox decidiu seguir o mesmo caminho – juntando tudo aquilo que fez sucesso no primeiro filme tentando repetir a dose com poucas mudanças. Só que dessa vez, um pouco mais pesada. Eles utilizaram um pouco do muito conhecido termo futebolístico "em time que está ganhando, não se mexe", como base de criação para a sequência. Mas, dentre alguns casos, em time que está ganhando se mexe sim, é necessário mexer para melhorar.

Dirigido por um dos diretores que matou o cachorro de John Wick (David Leitch), Deadpool 2 abre com uma cena cômica – uma caixinha de música na forma de Logan empalado em um galho de árvore é ativada pelo mercenário. Logo em seguida, é revelada a tentativa de suicídio de Wade, que explode seu apartamento com um cigarro e tambores de gasolina. E ele faz piada com isso, afirmando que sua morte seria superior à de Logan.

A trama vai se desenrolado em meio à piadas e matanças até atingir um dos pontos que irão se tornar fixos no filme. O plano de Wade Wilson em ter um filho com sua amada Vanessa. Ele quer usar isso para mostrar que pode constituir uma família e ser um bom pai, já que o mesmo não teve bons momentos com sua família no passado. Porém, assim como quase todos os filmes de super-heróis, Deadpool 2 não foge da previsibilidade. Após fazer planos para o futuro com a amada, Wade é atacado em sua casa e Vanessa acaba falecendo.

Com isso, ele vai usar esse acontecimento como um escape para querer se matar, já que sem sua amada a vida perde o sentido. E aqui está um dos pontos que fazem de Vanessa ser apenas um "plot device", ou seja, um motivador para o herói do filme – algo que enfraquece a narrativa e a torna previsível. Apesar disso, a proposta do longa não é de se fazer uma história bem estruturada com um roteiro profundo. Pelo contrário, isso é deixado de lado para se construir uma produção totalmente voltada para o humor. Essa concepção de fuga do roteiro vira piada para o próprio Deadpool, que a todo momento tira sarro e questiona a própria composição do filme – uma alternativa para se justificar a falta de consistência na trama.

Nessa jornada, entra uma nova "adaptação" dos quadrinhos, a figura de Cable. A proposta de inserir o viajante do tempo que foi interpretado por Josh Brolin, era ser o mais breve possível, sem muito aprofundamento na história do personagem – até porque não faria sentido. Cable tem como objetivo salvar sua família, que no futuro é condenada à morte pelas mãos de Russel (Julian Dennison). No meio das tentativas de suicídio, o antagonista e protagonista do filme acaba se apegando emocionalmente ao menino, idealizando no garoto uma espécie de superação de um passado e presente traumático, marcado por frustrações familiares e pessoais. Essa afeição de Wade pelo adolescente mal humorado, faz do mesmo se tornar o combustível dramático do filme, já que ele (Wade) vê no garoto uma possibilidade de mudança e recomeço. Entretanto, Cable não está nem um pouco interessado nessa possibilidade, afinal, ele voltou no tempo para salvar sua família de um trágico destino.

Russel é uma fiel representação de um mutante solitário, violento e egoísta. E aqui está um grande acerto na narrativa, pois uma mensagem é deixada para quem assiste: nosso mundo é completamente voltado para o ódio e egoísmo, é esse mundo que queremos para as próximas gerações? É necessário uma mudança para se promover e perdurar uma sociedade melhor, menos egoísta e violenta. Porém, esse é um filme do Deadpool amigos, e não é bem isso que se pode ver, pelo menos durante o clímax, antes do desfecho da história.

Outro grande acerto é a inserção sobre a discussão de gêneros e machismo. Ao montar a sua equipe de mutantes e nomear de "X-Force", o protagonista faz uma sátira com o título "X-Men" – já que o mesmo (X-Men) se limita referindo-se à apenas um gênero. Essa escolha de colocar um nome que não se refere a qualquer gênero foi positiva. Além disso, o longa é um dos primeiros do gênero, ao lado de Power Rangers (2017), a apresentar um casal de heróis LGBT no cinema. A figura feminina é representada no filme por Domino, tirando um pouco do protagonismo de Wade Wilson. Com seu poder da sorte, ela é totalmente independente de qualquer outro personagem e protagoniza as melhores cenas de ação do filme.

Sendo assim, o longa funcionou como uma paródia, tendo em vista o apelo emocional que é visto entre Deadpool e o menino / Deadpool e Vanessa.

Referências


Assim como no primeiro, Deadpool 2 é preenchido por várias referências à outras produções da cultura pop: "Dirigido por um dos diretores que matou o cachorro de John Wick"; Logan empalado em forma de caixinha de música; Cable apelidado de "Thanos"; conexões com o universo dos X-Men; Wakanda Forever; a piada com o fracasso de Lanterna Verde; e muitas outras. Essa "fórmula" de inserir referências e fazer piadas funcionou muito bem.

Apesar dos problemas com o roteiro, ao se fazer uma análise geral da proposta do filme, os erros acabam ficando menores e quase insignificantes. Sendo assim, o longa funcionou como uma paródia, tendo em vista o apelo emocional que é visto entre Deadpool e o menino / Deadpool e Vanessa. De forma resumida, é um bom filme para quem procura diversão e quer dar boas risadas com as atrapalhadas do herói, digo por experiência própria.

Nota:

Crítica | Vingadores: Guerra Infinita

Guerra Infinita faz história com o maior crossover de heróis do cinema

Aviso: Este artigo contém SPOILERS do filme, portanto, a responsabilidade de seguir em frente é sua.


Thanos está chegando!

Em Vingadores: Guerra Infinita temos uma representação leal e bem próxima daquilo que pode ser visto nos quadrinhos da Marvel. O longa marca uma década de Universo Marvel nos cinemas, que jamais será esquecida pelos fãs. Os produtores foram felizes na missão de pegar um pouco daquilo que foi criado por Stan Lee, Jack Kirby e outros escritores e desenhistas, e transformar em um universo cinematográfico.

As batalhas fora da Terra também obtiveram sua importância, influenciando e muito, no desfecho do longa. Foi um dos momentos de luta mais marcantes do longa, que acabou culminando em derrota para o grupo que estava no outro lado do universo. Destaque para Peter Parker, agora com toda tecnologia em seu traje Aranha de Ferro — o amigão da vizinhança acertou umas porradas em Thanos.

Mas como todo filme, há também pontos fracos. Guerra Infinita possuí espaços entre acertos do roteiro, esses espaços podem ser definidos como falhas técnicas. Um grande exemplo é a falta de aparição ativa de alguns personagens. Porém ao analisar todo o conteúdo, as falhas ficam menores. Temos que reafirmar aqui, o longa é um evento que marca os cinemas e o Universo Marvel, como um todo.

Recentemente, Joe Russo confirmou uma teoria envolvendo a Joia da Alma e Gamora.  A teoria em questão, foi criada no momento em que Thanos reencontra Gamora, após o estalo de dedos. E, o diretor confirmou que essa cena se passa dentro da Joia da Alma, e que Gamora está presa dentro dela. Isso deixou muita gente mais pensativa, surgindo mais teorias, há quem diga que todos os heróis que morreram também estão presos na Joia da Alma.


Dirigido por Anthony Russo e Joe Russo, com roteiro de Christopher Markus e Stephen McFeely, Guerra Infinita coloca como destaque e protagonismo, a figura de Thanos, um ser natural do planeta Titã que está em busca das Joias do Infinito para atingir o seu objetivo: matar metade do universo. Para o Titã, os recursos do universo são finitos e ele já está em seu limite. Sendo assim, é necessária de forma aleatória, a morte de metade da população para se ter uma vida melhor com recursos para todos. Na visão dele, essa é uma atitude nobre.

O maior crossover de todos os tempos reuniu todas as histórias do Universo Cinematográfico Marvel, em um grande evento. Os irmãos Russo conseguiram construir ao longo de 10 anos, desde o primeiro filme do Homem de Ferro, um universo onde todas as histórias foram bem encaixadas e encaminhadas até Guerra Infinita. Foi uma construção lenta e bem elaborada, que de filme por filme foi ganhando força e confiança, dando ainda mais crédito para Anthony e Joe seguirem em frente. Entretanto, a missão não era nada fácil, Guerra Infinita exigia um aspecto mais sério, impactante, cheio de consequências e coerente, tendo em vista a grande ameaça que surgirá, frente aos Vingadores.



Josh Brolin conseguiu fazer um excelente trabalho ao dar vida à Thanos. O Titã não é tão louco em comparação com sua versão dos quadrinhos, porém, é tão memorável quanto. Sua implantação foi bem feita, tendo em vista não só o quão poderoso ele pode ser, mas como seusseus propós e idealismos são trabalhados com o decorrer da história. Ao contrário da imagem assustadora e maldosa apresentada nos quadrinhos, é revelado no filme um personagem mais complexo, com momentos humanos, representado por sentimentos — mostrando que um vilão também é capaz de amar e sofrer, algo que nos faz ter empatia e de uma certa forma, compreende-lo. Guerra Infinita promove essa reflexão fazendo o espectador repensar naquilo que ele tem como concepção de super-herói, até porque, olhando pelo outro lado da moeda, Thanos é herói em sua história.


Os diretores sabiam da grande tarefa em trabalhar com várias mentes (heróis) no longa. Como a maioria deles teve a sua inserção e desenvolvimento em filmes solos, não era necessário fixar nisso, ja que esse não é o propósito de Guerra Infinita. O longa é o ápice dos eventos cinematográficos da Marvel, possuindo narrativas bem encaixadas e focadas no clímax. Porém, isso também não é nada fácil, já que há muito envolvimento com os demais personagens e criação de grupos, exigindo um trabalho pragmático e atencioso.



Apesar de não ser necessário um grande desenvolvimento dos personagens, tivemos buscas pessoais por parte de Thanos e de Thor. De um lado as joias do infinito e o propósito em garantir recursos, devastando a humanidade. Do outro a busca por uma alternativa que seja capaz de barrar os planos do vilão. O Deus do Trovão ganha destaque por sua grande evolução, sendo bem explorado e ressurgindo na batalha final — um dos momentos mais fantásticos do filme. O momento citado acima, é a chegada estrondosa de Thor em Wakanda, caindo do céu com sua nova arma, derrubando todos.



Por falar em Wakanda, as cenas de ação na terra do Rei T'Challa, mostram um exército em preparação para a batalha contra as criaturas "filhas" de Thanos. Ao lado do povo de Wakanda, estavam Steve Rogers, Bruce Banner, Visão, Viuva Negra, Feiticeira Escarlate e T'Challa, que tiveram destaque em momentos de ação, porém, sem muita influência no resultado final.



Apesar de não ser necessário um grande desenvolvimento dos personagens, tivemos buscas pessoais por parte de Thanos e de Thor. De um lado as joias do infinito e o propósito em garantir recursos, devastando a humanidade. Do outro a busca por uma alternativa que seja capaz de barrar os planos do vilão. O Deus do Trovão ganha destaque por sua grande evolução, sendo bem explorado e ressurgindo na batalha final — um dos momentos mais fantásticos do filme. O momento citado acima, é a chegada estrondosa de Thor em Wakanda, caindo do céu com sua nova arma, derrubando todos.



O terceiro arco dos Vingadores se encerrou como um dia caótico e agitado em uma cidade grande, onde você precisa prestigiar o pôr-do-sol para poder seguir em frente.


Nota:



O que vem por aí em Vingadores 4?

Ao fim do filme, em uma cena pós-créditos, há uma chamada para a Capitã Marvel, que provavelmente ganhará destaque em Vingadores 4 — algo que é muito bom tendo em vista que é uma personagem feminina. Há também, assim como o filme solo de Carol Danvers (Capitã Marvel), a expectativa para mais detalhes sobre o próximo capítulo dos Vingadores em Homem Formiga e a Vespa.
© RETRAMA - Todos os direitos reservados.
contato.retrama@gmail.com